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Obrigado por me visitar. É um prazer receber tantas pessoas com desejo de ler e conhecer um pouco mais de textos.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

O espírito literário nasce com o bebê


Wilson Rodrigues de Almeida*


Uma leitura emocionante, grudenta, pegajosa, fascinante é tudo o que procuramos. Como se não bastasse tudo isso, ainda procuramos uma leitura estimulante, animada, voltada ou relacionada ao nosso tempo, ao nosso cotidiano. Quantos personagens não nos vemos através deles? E quantas ações gostaríamos de modificá-las? Quantos romances, amizades cursos, casamentos não gostaríamos de interferirmos?

A leitura do livro "Fazedor de velhos" de Rodrigo Lacerda1 nos faz ver, sentir a emoção nos das personagens, nos faz viver o encontro entre a realidade e a felicidade. A emoção e a razão se confrontam do início ao fim da narrativa, e isto ocorre de forma envolvente, contagiante. O leitor parece viver junto com o narrador todas essas sensações.

A narrativa, que aparentemente, é uma renarrativa de várias narrativas clássicas: Os Maias, de Eça de Queiroz, o poema I-Juca Pirama de Gonçalves Dias, narrativas de José de Alencar, O Guarani, por exemplo, ela se apresenta como o estilo novo, despojado, criativo. A personagem protagonista, Pedro, é romântico, apaixonado, sensitivo, descreve todas as suas emoções, sofrimentos, amizades, primeira paixão aliada à sua primeira decepção. Mas o mais curioso, interessante, até enigmático é o encontro dele com a personagem que mudará eternamente sua vida.

Inicialmente, a obra não desperta, não aguça o interesse pela sua leitura, todavia, ela num processo gradativo envolve o leitor de forma a não permiti-lo o direito de interromper a leitura até o final deixando a sensação de "ah! Por que acabou?"

A personagem pertence à família de classe média alta, tem todas as regalias a que a categoria tem direito. O pai advogado, bem-sucedido, a mãe, professora de literatura na universidade. A responsabilidade pela educação e prazer à leitura ele atribui à mãe. Uma irmã, mais velha, que ele prefere não descrever muito, talvez porque é seja a história dele.

Fato relevante, que abandona a estrutura de renarrar, ocorre em época de férias. Os irmãos viajariam para a casa dos avós, mas no aeroporto, ele que ainda era menor é barrado por causa de apenas dois dias de vencido o seu, a sua autorização para viajar. Vê sua irmã embarcar, rir dele. Imagine a sensação de derrota, e a narrativa é construída com tal maestria, que parece vivermos a mesma sensação com a personagem.

Além disso, ele retorna, encontra solução e viaja, mas o que intriga o leitor é o modo como cria o enlace com o professor Nabuco. Ele de posse de um exemplar de Shakespeare parece chamar a atenção do professor que aproxima e diz ser o livro o toque de mestre, ou seja, o livro o envelheceu suficientemente para embarcar sem problemas.

A partir daí, a narrativa enfoca todo o sofrimento passional do narrador-protagonista, portanto, uma narrativa com enfoque absolutamente subjetivo e, talvez por isso podemos reviver toda a sensação de sofrimento dele.

A primeira paixão nasceu de uma amizade, por causa do cursinho pré-vestibular, mas acaba ali também e gloriosa, pois o professor Nabuco consegue falar por ele todo o sentimento do momento de despedida.

No quesito temporal, a narrativa segue a linha cronológica, embora o narrador esteja no início da sua idade adulta. Exemplificando, há desde a idade de criança, adolescência, escola, faculdade, o tempo que ele passa ao lado do professor Nabuco, é só conferir.

A narrativa dá um salto no tempo, vemos agora o narrador na faixa etária dos 25 anos e nos conta sobre sua adolescência e a entrada na vida adulta.

É curioso como os fatos se engrenam, parecem coisa de novela. O encontro com o Professor Azevedo o encaminhou ao Professor Nabuco que o encaminhou para a felicidade, parece um triângulo, se bem que o vértice é discutível, porque encontramos mais que um triângulo: o primeiro, vemos entre Pedro-Professor Azevedo-Professor Nabuco; o segundo vemos entre Pedro-Professor Nabuco-Mayumi (afilhada do professor e futura esposa de Pedro).

A partir desse contato, ele é levado ao máximo em suas leituras descobre a doença do professor, conhece a Mayumi, que também era discípula de Nabuco. Ela estudava neurologia na França. Sem apresentar os detalhes da narrativa, pois são todos subjetivos, ele enamora-se dela. Sofre a espera de 2 anos para casar, o professor morre, eles vivem na casa dele. O narrador descobre sua vocação: escritor e a esposa, a neurologista abre seu consultório e, desse casal nasce uma filha.

LACERDA, Rodrigo. Fazedor de Velhos. São Paulo, Cosac Naify, 2ª ed. 2008.

* Professor de Língua Portuguesa na Escola Maria Arlete Toledo em Vilhena/RO


sábado, 16 de janeiro de 2010

Roteiro de leitura

Roteiro de leitura

Silvia Sell Duarte Pillotto

Visual

Personagens

Como são? (Altos, baixos, magros, gordos, moreno, castanho, pardo, negro, branco, cabelos ..., olhos...)

Idade?

Espécie?

Vestimentas? Como se vestem? (comum, engraçado, moderno, antigo)

As roupas são coloridas, sóbrias, com textura, lisas?

As personagens utilizam objetos? Relacione

As personagens lembram alguém que você conheça?


 

Espaço/local

Como é o local onde se passa a história?

Na cidade ou no campo?

Numa festa?

A vegetação é abundante? Ou quase nada?

Em que estação do ano?

Como são as moradias?

As ruas?

As cores das casas e as texturas?

Que meio de transporte é mais utilizado?

Como ele é?

Você pode ver as moradias por dentro? Descreva como elas são.

Os móveis como são?

Os objetos, como são.

Este lugar lembra outro lugar para você?

Estilo

Personagens

Como são as vozes? Finas, grossas, lentas, pausadas, sérias, engraçadas, gírias, clássicas, de criança, de adulto, humana, animal (que tipo de animal?)?

Canta? Fala?

Objetos

Animais

Fabricados

Que som pode ser identificado? (carros, brinquedos, objetos de casa...)

Como são? Alto/baixo, grosso/fino, comprido/curto, abafado/estridente, rápido/lento

Naturais:

Vento, chuva, área, mar, trovão...

Instrumentais

Quais?

Como ouvimos?

Só? Em conjunto?

Oral/corporal/escrita

História:

Narrada? Dialogada?

Se dialogada: quem fala com quem?

É uma história de suspense, comédia, ação, drama, fantasia?

Fale dela.

Você conhece alguma semelhante?

Personagens

São calmos, agitados, briguentos, passivos, criativos?

Como se relacionam entre eles? Amizade, inimizade, desconfiança, segurança, inveja, amor, ódio?

As relações são estáveis ou instáveis?

Conhece alguém com as mesmas características? Quem?


 


 


 

sábado, 9 de janeiro de 2010

Ainda sobre a política suja

Quase todos os deputados de Rondônia na atual legislatura começaram campanhas antecipadas nas eleições passadas. Sem registrar nomes, há deputado que durante quatro anos, se menos em virtude do processo eleitoral, teve a máquina pública na mão para providenciar sua eleição. A máquina, sentido literal, o devop, deosp, der, sei lá que nome tem este órgão foi usado para convencer os moradores das zonas rurais do estado para levar os nomes de muitos deles.
O que esperar de um deputado que já entrou na ALE devendo ao governador? O que se pode esperar é que ele leia a cartilha do mandatário e faça tudo o que ele disser, como se estivesse em transe. Este, tudo deve se dizer, até relatar projeto de lei retirando direitos dos servidores sem ao menos saber de qual se trata. O chefe mandou, fazemos, depois a vê no que dá. Parece até peões de fazenda, desculpe. Peões de fazenda valem mais, são mais honestos, trabalhadores, responsáveis.
Há ainda aquele que muda de palanque para se manter sempre no topo. Não falo de deputado, falo de cidadãos que num período eleitoral fica, ou finge que fica, do lado de quem está mandando. Quando os Donadons tinham o poder em Colorado, Vilhena, estado, um cidadão estava sempre a tira colo, ultimamente está a tira colo do governador, adversário político dos Donadons. Outro, ao tempo em que Bianco fora governador, tinha tanta moral que em Porto Velho tinha trânsito no Getúlio Vargas, e olha que é de Vilhena. Desde que Cassol invadiu a governadoria ele invadiu também um cargo comissionado, mas já era servidor com carga horária semanal de 60 h, não sei como consegue cumprir o horário. Outro era puxa dos Gurgaczes, chegou a ser vereador pelo mesmo partido, pediu voto para o dono da Eucatur, mas hoje, aha, ele está com um cargo comissionado pomposo, é secretário de um negócio que até hoje eu não entendi para que serve. A única coisa que eu sei sobre a secretaria é que ela manda em todas as secretarias. A diretora de uma escola (que era puxa do Bianco) praticamente foi despejada da sua escola pelos professores e alunos, mas esse cidadão garantiu a dita cuja na escola e ainda ameaçou aos alunos de ficarem proibidos de entrar na escola. Qual é a dimensão do poder desse puxa?
Só espero que em ano eleitoral eu consiga mudar a opinião de pelo menos dez pessoas, não quero que votem em candidate que eu indique, ao contrário, que não votem em quem já está.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Êta mundão veio, sô

Êta mundão veio, sô

O meu primeiro texto publicado neste blog tratou exatamente da banda podre da política, neste quero alertar os leitores para um fato que sempre houve, mas não com o mesmo retrato de agora: a campanha eleitoral antecipada. O processo ocorre desde o cargo mais alto até o de prefeito. É uma piada, de absoluto mau gosto. A frase já é um clichê, mas muito pertinente para o momento, porque os envolvidos em escândalos e mais escândalos de péssima administração se apresentam em obrinhas ou oferecendo espetaculozinhos para nos ludibriar.
Ver um show com bandas apagadas ou que estão no auge do momento é bom, mas ao descobrir quem patrocinou o espetáculo e ter uma reação de indignação é horrível. Reclamo que o nosso país é culturalmente empobrecido, fato verdadeiro. Imaginamos cultura quando proporcionada por artistas cultos, clássicos e, ainda quando se fala de artistas da literatura ou da música de reconhecido trabalho internacional, todavia quando se fala de um show com banda DJavu do Brasil, de Dj Maluco e Aladin! Aí não! Paciência tem limites! Pior ainda quando patrocinado por quem deveria estar preocupado em administrar o nosso dinheiro com zelo e respeito, pois cada centavo que entra nos cofres do governo é o sinônimo de que nele cada rondoniense trabalhou para que isso fosse possível.
Quanto custou aquela babozeira da praça no dia 03 de janeiro de 2010? Você, leitor amigo já se perguntou? Já ouviu este governante dizer que tínhamos crise e que este era um dos motivos para não melhorar salário dos trabalhadores que fazem as instituições deste estado funcionar? Como agora, em ano eleitoral ele aparece jogando dinheiro fora com estas porcarias de shows. Ah! Pelo amor de Deus, sejamos coerentes, um governante que passou todo o mandato tendo problemas com a justiça vem agora tentar nos enganar. Fiquemos espertos, pois o tinhoso se apresenta no formato mais belo para nos atrair para sua rede e nos lançar o mal, faço uma piadinha, mas é uma metáfora apropriada.
Alguém pode até dizer: algum governo fez mais obras do que este? A resposta, claro seria não. Mas há várias explicações: 1- somente ele teve mais que quatro anos para isso; 2- ele é sócio-proprietário (usa testas de ferro) das empreiteiras que mais trabalham para o estado. Ainda quer mais? A imprensa já noticiou várias vezes que 93% das obras realizadas no estado são feitas pelas empresas do governador. Esse talvez seja o maior argumento, há um motivo muito maior, não é construir obras, mas enriquecer-se.
Outra coisa: o arrocho salarial no estado é assustador. O número de pessoas que trabalham sem concurso ultrapassou o limite permitido pela ALE/RO em mais de 7 mil cargos. Hoje contabilizamos mais de 9 mil cargos sem concurso, é uma aberração, é um desrespeito para com paga para o estado funcionar.

Professor Wilson